
Como Escolher o Tipo de Aterramento Ideal para Sua Instalação Elétrica

Quando comecei a me interessar por instalações elétricas, uma das primeiras coisas que percebi é que pouca gente dá a devida atenção ao aterramento. A verdade é que esse detalhe técnico pode ser decisivo não só para a segurança, mas também para o bom funcionamento dos equipamentos e sistemas elétricos. Por isso, entender como escolher o tipo certo de aterramento é essencial — seja para residências, comércios ou indústrias. Neste artigo, vou te mostrar os tipos existentes, como funcionam e qual é o mais indicado para cada caso.
O que é o aterramento elétrico?
Aterramento é o sistema que conecta partes da instalação elétrica diretamente ao solo, com o objetivo de desviar correntes de falha, como descargas atmosféricas ou fugas de corrente. Ele protege pessoas, equipamentos e estruturas, evitando choques e incêndios.
Por que o aterramento é tão importante?
Sem um aterramento adequado, a energia que deveria ser dissipada pode acabar percorrendo caminhos perigosos — como o corpo humano ou estruturas metálicas. Além disso, certos equipamentos eletrônicos dependem de um bom aterramento para funcionar corretamente, especialmente em ambientes industriais com alta sensibilidade a ruídos elétricos.
Tipos de aterramento mais comuns
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Sistema TT (Terra-Terra)
Nesse tipo de sistema, o neutro da concessionária é aterrado e o sistema do consumidor possui seu próprio eletrodo de aterramento. A proteção é garantida por dispositivos diferenciais residuais (DR).
Indicado para: residências, comércios e pequenas indústrias onde há separação física entre neutro e terra.
Vantagem: facilidade de implementação e segurança reforçada com uso de DR.
Sistema TN-S
Nesse caso, o neutro e o condutor de proteção (PE) são separados em toda a instalação. É um dos mais seguros.
Indicado para: instalações que exigem alta segurança, como hospitais e centros de dados.
Vantagem: estabilidade na proteção e menor interferência eletromagnética.
Sistema TN-C
Aqui, neutro e condutor de proteção são o mesmo fio (PEN). É uma alternativa mais econômica, mas com menos segurança.
Indicado para: instalações antigas ou provisórias onde o custo é o fator principal.
Desvantagem: não permite uso de DR em algumas partes da instalação.
Sistema TN-C-S
Esse modelo combina o TN-C e o TN-S, com condutor PEN vindo da concessionária e depois separado em neutro e terra no quadro de distribuição.
Indicado para: residências e prédios que usam a instalação existente da concessionária e desejam adicionar segurança.
Vantagem: equilíbrio entre custo e proteção.
Sistema IT
O neutro não é aterrado diretamente (ou tem um aterramento de alta impedância). Usado em locais onde a continuidade do fornecimento é vital, como UTIs.
Indicado para: instalações hospitalares, laboratórios e sistemas críticos.
Vantagem: mantém o sistema funcionando mesmo com falhas de isolamento.
Como escolher o tipo ideal?
1. Avalie o tipo de instalação
Para uma casa comum, o sistema TT costuma ser suficiente. Já em uma indústria, o TN-S pode ser mais adequado por sua robustez. Entenda o nível de exigência do local.
2. Verifique exigências da concessionária
Algumas concessionárias exigem o uso de um sistema específico ou limitam o uso de condutor PEN. Consulte as normas locais.
3. Pense na proteção dos usuários
Se há circulação de pessoas, como em escritórios, lojas ou hospitais, priorize sistemas com condutores separados (TN-S ou TT) e use disjuntores DR.
4. Considere a continuidade de operação
Em locais onde uma queda de energia pode causar perdas graves, como em servidores ou equipamentos médicos, o sistema IT pode ser a melhor solução.
5. Avalie o custo-benefício
Sistemas como TN-C são mais baratos, mas apresentam limitações. Investir em segurança elétrica é investir em tranquilidade a longo prazo.
6. Consulte as normas técnicas
A NBR 5410 é a norma que rege as instalações elétricas de baixa tensão no Brasil. Ela traz orientações detalhadas sobre aterramento e deve sempre ser seguida.
Materiais utilizados no aterramento
- Eletrodos de aterramento: barras de cobre ou aço cobreado.
- Condutores de aterramento: fios ou cabos, geralmente em cobre.
- Caixas de inspeção: para acesso e manutenção do sistema.
- Terminais de conexão: para unir condutores e eletrodos com segurança.
Todos os materiais devem ter resistência à corrosão, baixa resistência elétrica e ser compatíveis com o ambiente (úmido, salino, industrial etc.).
Medição da resistência de aterramento
Para que o sistema seja eficaz, a resistência do aterramento deve ser inferior a 10 ohms na maioria das aplicações. A medição é feita com terrômetro e deve ser repetida periodicamente para garantir segurança.
Cuidados na instalação
- Nunca compartilhe condutor de proteção com neutro (exceto em TN-C).
- Mantenha conexões bem apertadas e protegidas contra corrosão.
- Evite eletrodos próximos a fundações ou áreas com lençol freático alto.
- Realize inspeções periódicas, principalmente após tempestades.
Saiba mais sobre
Qual a função principal do aterramento elétrico?Desviar correntes de falha para o solo, protegendo pessoas e equipamentos.
Como saber qual tipo de aterramento usar?Analise o tipo de instalação, exigências da concessionária e a criticidade dos equipamentos.
Posso usar o aterramento da concessionária?Depende do sistema adotado. No TT, por exemplo, é necessário um aterramento próprio.
O que acontece se eu não fizer aterramento?Você corre risco de choques elétricos, queima de equipamentos e incêndios.
Qual o tipo de aterramento mais seguro?O TN-S é um dos mais seguros, por manter neutro e terra separados.
O sistema TT precisa de disjuntor DR?Sim, ele é essencial para garantir a proteção dos usuários.
Posso usar o mesmo aterramento para todos os circuitos?Sim, desde que bem dimensionado e com baixa resistência.
É caro fazer um bom aterramento?Não. O custo é baixo se comparado aos danos que a ausência de aterramento pode causar.
Como medir a resistência de aterramento?Utilizando um terrômetro apropriado, em condições secas e com técnicas corretas.
A NBR 5410 obriga o uso de aterramento?Sim, ela estabelece critérios mínimos para qualquer instalação de baixa tensão no Brasil.
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